O primeiro Encontrão, da edição de 2019/2020, fechou o primeiro trimestre, vem conhecer mais do que aconteceu por lá!
Antes de tudo: o que é um Encontrão?
A formação do Programa Jovem Monitor/a Cultural (PJMC) é realizada em quatro estações formativas – trimestres – nos quais os/as jovens exploram a cultura, sua história, a produção e gestão cultural e diversos temas. No final de cada um desses períodos, acontece um Encontrão, momento em que todos/as os/as nossos/as jovens monitores/as se reúnem, independente da modalidade ou região, para, coletivamente, celebrar e compartilhar as aprendizagens e conquistas das/os jovens nas formações e territórios. Composto de apresentações dos/as próprios/as jovens, integração com a equipe do programa e as novidades previstas para o próximo trimestre, além de vivências com coletivos dos territórios para auxiliar na formação deles/as, esse evento é um ambiente confortável para eles/as se conhecerem entre si e se inspirarem com as criações e produções desenvolvidas pelos/as colegas dentro do PJMC.
A primeira estação, da edição 2019/2020, trabalhou as composições temáticas: “Cultura, Políticas Públicas e Cidade” para as/os 228 jovens ingressantes e “Projetos e Tecnologias Digitais” voltadas para as/os 72 jovens de formação continuada e de articulação territorial.
O primeiro Encontrão
No saguão do Centro Cultural Municipal Olido, os/as jovens monitores/as interagiram nesse primeiro momento, durante um café da manhã descontraído, se conhecendo ainda melhor, assim que chegaram no Encontrão do dia 16/12. Logo depois, seguiram para o teatro com a programação preparada pelas juventudes do programa.
Os/as jovens em formação continuada que tiveram formações nos diferentes Fab Labs apresentaram, a partir de suas experiências, o que foi desenvolvido como aprendizagem nesses encontros. Nesse momento, tivemos também produções artísticas em formas de protesto e que trataram de questões de aprimoramento do Programa. Ainda antes do almoço, começaram as apresentações dos/as Ingressantes com representantes das regiões Centro-Leste, Centro-Oeste e Leste.
Os/as jovens cantaram, recitaram poesias, dançaram e mostraram suas produções artísticas, tudo com um tom político e de justiça social, ecoando ideais de igualdade.
Foram contra o racismo, como nos versos contra a violência a jovens negros de periferia, no caso dos/as monitores da região Leste. A questão da homofobia foi abordada com a música de orgulho dentro da sequência de apresentações da Centro-Oeste, que também contou com dança e uma cena do livro “Quarto de Despejo” da escritora Carolina de Jesus. A região Centro-Leste afirmou o poder de mudança social pelos jovens, repercutido na poesia falada, após outras jovens desse território cantarem “Como Nossos Pais”.
As vivências planejadas para o encontro vieram logo depois do almoço. Os/as jovens se dividiram em dois grupos, um acompanhou o Slam da Guilhermina na escadaria do Centro Cultural Olido e outro subiu ao palco para desenvolver a vivência com o Núcleo Teatral Filhas da Dita.
Nas escadas, o ambiente estava em silêncio enquanto poetas recitavam para o público, que ouvia com muita atenção aos seus poemas, falando sobre dificuldades e preconceitos que já sofreram ou observaram. O silêncio era rompido ao final quando se ouviam muitas palmas e gritos enquanto os juízes, sorteados da plateia, revelavam suas notas. “Os jovens, sejam como juízes, plateia ou poetas, participaram, interagiram, riram, o slam só aconteceu por eles” disse Emerson Alcalde, que faz parte do coletivo Slam da Guilhermina, sobre a experiência que os/as jovens tiveram com “o esporte da poesia”.
Enquanto isso no palco, o clima era risonho e leve com o Encontrão, os/as jovens começaram dizendo com que emoção chegaram ao evento. Os atores do Núcleo incentivaram interações, provocando o entretenimento, a partir das dinâmicas desenvolvidas. Até os mais tímidos acabaram se envolvendo, os gritos e risadas ecoando pela Sala Olido enquanto os representantes do coletivo Filhas da Dita repetiam “Isso aqui é teatro! Quero exagero!”, como encorajamento para os/as jovens se soltarem.
No meio da tarde, os/as monitores/as das regiões Sul e Norte começaram a se apresentar. Após a região Sul apresentar poemas e formas de protesto sobre a violência policial contra a população negra e periférica, ao som do funk de uma jovem MC desse mesmo território, os/as jovens dessa região convidaram todos os/as outros/as a subirem no palco e dançarem com eles/as, criando um momento para todos eles/as se divertirem. Depois, a Norte apresentou e introduziu aos jovens, que vinham de São Paulo inteira, as paradas de trem dessa região: com músicas, como “Trem das Onze”, e pequenas cenas de teatro entre as estações descritas.
No fechamento do Encontrão, em clima de comemoração pela força das juventudes periféricas, o bloco afro afirmativo Ilú Inã fez uma linda apresentação. Tocando, cantando e dançando diversos sambas, fez com que os/as jovens levantassem, dançassem e cantassem junto.
Equipes do CIEDS e da Secretaria Municipal de Cultura (SMC), com a presença da coordenadora do PJMC/CIEDS e da supervisora de Formação Cultural – SMC, explicaram as mudanças que estão sendo planejadas, apresentaram o resultado vindos da parceria da SMC com os Fab Labs, que haviam sido os ambientes das formações voltadas para os/as jovens em formação continuada (FC’s), e os temas de cada uma das formações teóricas do novo trimestre dos/as Ingressantes, pautadas no tema “Comunicação e Diversidade”.
Créditos das fotos: Jozzu Photos.