Jovem Monitora Cultural se conecta com veículos de comunicação para divulgar o espaço cultural no qual atua

No Centro de Culturas Negras, a jovem Moara Sacchi cria uma rede de comunicação para atrair mais público e destacar a importância do espaço

Por Pedro Paulo Furlan

Moara Sacchi, jovem monitora em formação continuada no Centro de Culturas Negras

A comunicação é uma das muitas áreas nas quais os/as jovens monitores/as culturais atuam, criando conteúdo, divulgando e trazendo público para o espaço cultural onde atuam. Mônica Moara Sacchi, que prefere ser chamada de Moara Sacchi, jovem monitora do Centro de Culturas Negras – Mãe Sylvia de Oxalá, abraçou os processos comunicativos como a solução para um dos pedidos de seu gestor: aumentar a frequência deste espaço cultural e espalhar sua importância social. “É um espaço muito bonito com uma diversidade enorme, que pode ser trabalhada de muitas formas”, diz Moara, continuando: “Eu sentia que o espaço tinha muito a oferecer, mas as pessoas não o conheciam”.

Jovem monitora em formação continuada, Moara começou a pensar em como popularizar o Centro de Culturas Negras (CCN) na sua primeira edição, 2019/20, participando presencialmente no espaço e no território à sua volta. Sendo parte de duas outras organizações, a jovem já estava acostumada a ter contato direto com o público, logo, sua estratégia de divulgação também foi direta: Moara levava a programação do CCN para a estação de metrô Jabaquara e convidava pessoas passando por lá a visitarem o espaço cultural – e foi dessa maneira que ela percebeu que muitos nem sabiam da existência do centro. Ao ter essa realização, a jovem decidiu se dedicar ainda mais à comunicação, planejando levar o CCN para veículos de comunicação da mídia tradicional, rádios, programas de TV e revistas.

Moara Sacchi também atua como artista, além de jovem monitora cultural, e nessas suas experiências, ela conseguiu criar uma rede de contatos vasta – incluindo dentro dela, jornalistas e editores-chefes. A sua primeira conexão, em relação ao CCN, foi a revista RAÇA – da qual a jovem participa – um veículo criado por pessoas negras que produzem conteúdos sobre a experiência de vida negra. “Falei com o CEO da RAÇA e sugeri criar matérias sobre o CCN, de forma que mais pessoas entendessem a importância do espaço”, Moara conta.

Além de incluir o espaço cultural na imprensa escrita, Moara está pesquisando maneiras de envolvê-lo em outros tipos de veículos. Um exemplo disso é a utilização da rádio comunitária Cantareira FM, que já era parceira do centro cultural. “Já usamos a rádio para avisar as pessoas de atividades que serão feitas no CCN, mas eu não quero só isso”, a jovem anuncia, complementando: “quero usar a potência desse meio de comunicação para atrair e fidelizar um público para o centro cultural”. Moara também tem vontade de trazer o CCN para a televisão – e por isso está criando um elo com a estação Wolo TV, dedicada à cultura negra. Essas conexões da jovem estão possibilitando que o público realmente conheça e compreenda a existência do Centro de Culturas Negras.

O projeto original de Moara já era algo ambicioso, a jovem estava pesquisando a história do espaço cultural e a documentando por completo. No entanto, em conversa com o seu Agente de Formação, Fernando Cartago, da região Sudeste, ela percebeu que a comunicação e a divulgação eram um projeto possível também. Organizando suas duas ideias, a jovem decidiu seguir com ambas, especialmente porque reconhece a fundamentalidade de ter a história escrita. “Eu tenho como exemplo o Museu Afro Brasil, já que sua importância não é mais contestada, pois tudo está escrito e documentado”, Moara justifica, “Acredito que é a hora da gente do CCN fazer o mesmo”.

Moara Sacchi reconhece e destaca a importância de um equipamento focado na cultura afro-brasileira, por isso se dedica muito a esse projeto de comunicação e divulgação. “Para mim, não é somente pelo PJMC ou pelo CCN, eu faço parte de uma causa maior”, a jovem comenta: “Quero fazer com que as pessoas realmente entendam o tamanho e a importância da história e cultura negra”. Sua gratidão por conseguir contribuir para sua causa se direciona ao PJMC e às lições que ela aprendeu: “Me sinto honrada por ter chegado no CCN, e muito grata por estar aprendendo tanto nesses dois anos do programa”, complementando: “se eu puder deixar um legado no CCN, quero que seja esse de fortalecer e fomentar o espaço, não temos mais tempo de retroceder, daqui para frente é somente avante”.

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