Criando um projeto de divulgação e falando na Pré-Conferência Municipal de Forró, Jessica Marias, jovem monitora, mostrou orgulho e gratidão pelas oportunidades que o PJMC lhe proporcionou

Por Pedro Paulo Furlan

Atuando desde a edição 2019/2020 na Casa de Cultura Butantã, a jovem monitora continuísta Jessica Marias, 29 anos, avança impactando o território em volta do espaço e colaborando para o crescimento da Casa. No presencial, Jessica desenvolveu uma oficina de forró, “Forró na Casa”, na qual conseguiu a oportunidade de compartilhar com o público essa cultura pela qual é tão apaixonada e entender as experiências de um/a oficineiro/a.

Neste ano, a jovem criou um projeto de divulgação de oficineiros/as e artistas, e foi convidada a falar na Pré-Conferência Municipal de Forró, dois resultados de seu esforço e aprendizado como JMC. Jessica conta: “Se eu tenho experiências para ser reconhecida e ouvida é também pela orientação e confiança que consegui dentro do programa, obrigada”.

Abaixo, você lê mais sobre o plano de intervenção, projeto, da jovem e sobre a sua aparição na Pré-Conferência Municipal de Forró.

“Se eu tenho experiências para ser reconhecida e ouvida é também pela orientação e confiança que consegui dentro do programa, obrigada”

Jessica marias, jovem Monitora na casa de cultura butantã
Jessica Marias, jovem monitora na Casa de Cultura Butanta (por Cynthia Chalegre)

Divulgação de oficineiros/as e artistas: apoio territorial e crescimento cultural

“Eu lembro de ver a Casa cheia, ver as pessoas felizes de estarem ali, fazendo aquela atividade gratuita”, Jessica começa contando: “Mas, agora no online, eu fico desejando que mais pessoas acessem as oficinas, que tenham esse contato, então decidi fazer algo que diretamente impactasse isso”. As complicações de acesso e o desconhecimento de que existem oficinas online no espaço, são alguns dos obstáculos no caminho da atuação cultural remota. Olhando para isso e sabendo do potencial dos oficineiros/as e artistas que frequentavam a Casa, a jovem decidiu criar um apoio comunitário e se dedicar à divulgação deles/as.

Anteriormente à pandemia, Jessica nunca havia colocado muita confiança no poder de oficinas remotas, duvidando da capacidade de criação de vínculos nesses encontros. A jovem percebeu rapidamente que conexões estavam sendo feitas entre os/as participantes, ela mesma nos conta, no entanto, “para que isso aconteça [os vínculos] é necessário acesso e disponibilidade, disposição a participar”. Felizmente, Jessica tem presenciado como a vontade é um motor nesse momento, como as pessoas realmente querem fazer acontecer.

Vendo a sobrecarga de profissionais a sua volta e compreendendo a importância de oficinas nesse momento de isolação, a jovem decidiu pela divulgação e, além de trazer mais pessoas à Casa de Cultura Butantã, apoiar esses/as artistas em suas carreiras.  “Bem mais do que feito para mensurar o aumento de pessoas nas oficinas, estamos criando material para ajudar diretamente esses artistas”, Jessica afirma, sobre as peças de divulgação, dando a eles/as mais materiais que espelham sua arte e seu trabalho. 

“Acho importante não romantizar esse momento, nós estamos precarizados, tendo que vencer muitos desafios”, a jovem declara: “Estamos fazendo acontecer com base na vontade e no potencial da cultura e da arte”. Seu projeto de divulgação é uma maneira de usar a plataforma da Casa de Cultura Butantã para auxiliar artistas, da mesma maneira que muitas pessoas a ajudaram a trazer seu amor pelo forró para a casa e a se enraizar nessa cena.

Ancestralidade, auto-conhecimento e orgulho na Pré-Conferência Municipal de Forró

Na trajetória de Jessica, a cultura do Forró tem um papel extremamente importante, é o local no qual ela encontrou sua maneira de se expressar e se conectar com suas raízes como descendente de nordestinos. Quando mais jovem, a JMC precisava de uma maneira, como ela mesma diz, “de resistir”: “Encontrei no rock, que muitas vezes é misógino e agressivo, o meu lugar de gritar, de me revoltar”, Jessica conta: “Hoje eu vejo que isso aconteceu porque eu não tive acesso a outras formas de resistência, como a capoeira, o forró, a cultura tradicional”. 

O carinho pelo forró e a dança que o acompanhava foi aumentando cada vez mais quando percebeu que ele era a resposta para um dilema com o qual ela havia lidado desde mais nova: o de não pertencer a um único lugar. “Dentro do forró eu não precisava escolher uma coisa, não precisava me definir”, Jessica conta: “Eu me descobri encruzilhada, compreendi que o meio, o entre, é um caminho”.

Foi desse lugar de carinho, pertencimento, identidade e conforto que veio o orgulho de Jessica ao ser convidada para falar na Pré-Conferência Municipal de Forró. Mesmo muito nervosa após receber o convite, a jovem refletiu e percebeu que tinha muito a falar sobre sua jornada. Debaixo do tema do Forró nos programas formativos, Jessica falou sobre como essa cultura influenciou sua atuação como JMC. “Esse momento que eu tive de reflexão, levada à isso por esse compromisso que eu assumi, foi muito louco”, a JMC conta, finalizando: “E depois chegar lá e contar tudo isso a pessoas tão influentes na cena e que eu admiro tanto, fez-me ganhar muita confiança na minha própria presença dentro do forró”.

Gratidão, dedicação e apoio: JMC é convidada a participar da Pré-Conferência Municipal de Forró e desenvolve projeto de divulgação para artistas
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