Luísa Sonza, no palco do Vale do Anhangabaú, na Virada Cultural 2022. Foto: Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo.

Por Maíra Brandão

O ano de 2022 vai ficar na lembrança de muita gente como o ano do reencontro, da retomada da Virada Cultural, que movimenta a classe artística, o turismo, a economia, e possibilita ao público acessar, gratuitamente, produções e linguagens culturais diversas em um final de semana com intensa programação. Mas para muitos/as os/as Jovens Monitores/as Culturais (JMCs), os dias 28 e 29 de maio deste ano estão registrados na memória como o momento em que eles puderam vivenciar não apenas de perto, mas por dentro, muitos dos processos necessários para possibilitar que um evento com 24 horas de duração e mais de 300 apresentações culturais aconteça. 

Arnauld Fresneda, animado com a participação na Virada. Foto: Acervo Pessoal

O jovem Arnauld Fresneda, 27 anos, que atua no Centro Cultural Olido, é ingressante no Programa Jovem Monitor/a Cultural (PJMC) e estava animadíssimo em falar da sua vivência nos bastidores da Virada Cultural. “É puxado, mas foi incrível, me fez muito bem mesmo! Uma coisa é você se apresentar e estar tudo pronto pra você, ou você assistir e ter tudo mais pronto ainda, e outra coisa é você estar acompanhando toda essa produção, pensar em quem são os artistas, como vai ser, como receber artistas e público, como é o pós-apresentação, pensar na logística, além de entender que cada equipamento cultural tem um público diferente e como a gente se relaciona com esse público.”, listou o jovem. 

Para Laís Lenne, 27 anos e continuísta do Programa, as atividades desempenhadas no Departamento de Contratação Artística da Secretaria Municipal de Cultura (SMC) de São Paulo, onde está alocada, ganharam um novo contorno. “Fiquei feliz por poder entender o planejamento mais burocrático de um evento assim de grande porte. Entendi que uma ação assim precisa de muito planejamento, é importante ficar atento a todos os detalhes, desde a produção mais prática até a burocrática. Essa organização é necessária para evitar as sobrecargas e os atrasos.”, falou.

Laís Lenne contribuiu com os processos de contratação artística. Foto: Acervo Pessoal.

O JMC Giulio Passerino, de 22 anos, que atua na Biblioteca Hans Christian Andersen, no Tatuapé, teve impressões parecidas com as de Laís, quanto à experiência na Virada: “Saio desse momento percebendo que, pra um evento desse porte, a gestão é essencial. Precisa de muita organização de todos os lados possíveis. Precisa de uma comunicação muito clara, proatividade, precisa se colocar e saber o que cada um faz e onde atua. Combinados são essenciais, e o papel de cada um é fundamental. Foi ao mesmo tempo gratificante e cansativo. Mas foi um aprendizado muito bom”, comentou Passerino.

A experiência dos/as Jovens Monitores/as possibilitou o aprendizado sobre um evento de grande porte na prática, como comentou a coordenadora do PJMC na SMC, Juliana Gervaes: “Os Jovens que atuam nos espaços da Secretaria tiveram um papel essencial nesse processo (da Virada Cultural), auxiliando, apoiando e conduzindo as ações necessárias para a construção do evento, como por exemplo: atendimento ao público, apoio na produção dos espaços culturais, apoio na comunicação nas redes sociais, na articulação no entorno do território, e também na contratação dos artistas”. Ela complementa: “Esses jovens vão conseguir, a partir dessa vivência, sair do Programa com conhecimentos empíricos sobre o processo de pré-produção, produção e pós-produção de um evento. Isso pra gente é muito gratificante”. 

Registro da Galeria Olido na Virada, feito pelo JMC Arnauld Fresneda. Foto: Arnauld Fresneda.
O JMC Giulio Passerino ficou satisfeito com o aprendizado da experiência. Foto: Acervo Pessoal.

Preparades – Através do Programa Jovem Monitor/a Cultural (PJMC), os/as participantes recebem formação teórica e prática sobre gestão e políticas culturais, preparando eles e elas para lidarem com o mercado de trabalho das artes. Um dos conteúdos oferecidos para os/as jovens, antes da Virada Cultural, foi a formação teórica com o coordenador de Programação da SMC, Vander Lins, na qual ele explicou como se dá a construção do evento, como é a gestão dos recursos e a gestão de produção. “Então os jovens chegaram ali na Virada com bastante conteúdo pra auxiliar e executar o que fosse necessário na realização do evento”, disse Juliana Gervaes.

Com relação às formações, Laís Lenne reforçou que as formações teóricas e as mentorias lhe ensinaram muito sobre gestão e algumas metodologias que facilitam na organização e otimização do tempo: “Isso é muito importante quando temos uma alta demanda”. Para Giulio Passerino, tudo o que ele já aprendeu com a formação prática o ajudou na Virada: “A prática na Biblioteca, que já tem um cotidiano agitado, me deixou preparado pra essa vivência”.

Já o jovem Arnauld falou do conjunto de informações, com as mentorias e os conteúdos disponibilizados no Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA). “O programa dá uma super base pra gente entender gestão e produção cultural, atentando para os critérios, as circunstâncias… é sempre mais profundo. A gente vê um evento grandioso, maneiro, mas tem todo um trampo bem antes, pensando em tudo”, comentou Fresneda.

Virades na Cultura: os bastidores da Virada Cultural pelos/as jovens monitores/as
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