Com o início de um novo mês, vem também o início de um novo ciclo nas formações teóricas do Programa Jovem Monitor Cultural. Em agosto, os encontros estão organizados em torno dos eixos “Políticas Públicas”, “Gestão de Imagem”, “Gestão de Som”, “Gestão Cultural” e “Redação Oficial”, previstos no projeto pedagógico desenvolvido pela Associação Cultural Maria do Carmo em parceria com a Secretaria Municipal de Cultura. Ao final do mês, JMCs de todas as turmas terão recebido uma formação completa sobre esses temas, além de participar de uma formação especial do módulo “Circula”, que explora as particularidades de um equipamento ou espaço cultural.

O território eleito para o percurso de agosto é o Centro Cultural da Juventude Ruth Cardoso (CCJ), na zona Norte de São Paulo, berço da primeira edição do PJMC. A passagem por esse espaço também busca celebrar os dez anos do Estatuto da Juventude.

Bruno Rodrigues, do coletivo ArdePixo, improvisa intervenção durante a formação no CCJ

Na segunda-feira (14), duas turmas começaram a manhã no CCJ,  em um bate-papo com os formadores Micaela Altamirano, educadora cultural e produtora do selo PixoAção, e Bruno Rodrigues, interventor urbano e diretor de dois filmes sobre pixo. Os dois fazem parte do Coletivo ArdePixo, que produz conteúdo sobre a pixação em São Paulo. Micaela compartilhou as descobertas da sua pesquisa de mestrado “A pixação na paisagem de São Paulo: o risco como construção do sentido da vida urbana”. Ela explicou a diferença entre a “pichação” com ch, o grafite e a “pixação” com x, e mostrou exemplo das diferentes modalidades da prática: escalada, corda, pé nas costas, etc.  Bruno, que assina como Bruno Locuras, contou toda a sua trajetória de vivência com a linguagem, desde a descoberta do pixo quando era adolescente até os convites para participar de salões de arte na Europa na vida adulta. Para encerrar a conversa, Bruno improvisou uma intervenção para mostrar na prática.

À tarde, depois de um tour pelos  espaços do centro cultural e pela Biblioteca Jayme Cortez, a conversa foi com o quilombo Terça Afro, representado pelos integrantes Harry de Castro e Anna Caroline. O coletivo nasceu durante a atuação de Anna Caroline como jovem monitora do CCJ, em 2012. Com o lema “Toda terça é afro”, Anna e outros jovens do programa promoviam rodas de conversa sobre diferentes temas que envolvem a negritude, criando um espaço de acolhimento, afeto e reflexão. 

Os encontros já receberam a cantora Sandra de Sá, a roteirista Renata Martins, a jornalista Rosana Borges, entre outros nomes do pensamento e militância negra. Com o passar dos anos, as rodas serviram de base para a formação e expansão do coletivo, que hoje tem o próprio espaço na zona Norte e é reconhecido como um importante expoente cultural de aquilombamento na cidade. O coletivo é um exemplo de como projetos nascidos no dia a dia do PJMC podem intervir diretamente em um território e identificar demandas específicas de uma comunidade, servindo como grande inspiração para os PIACs, os Planos de Intervenção Artístico Cultural dos jovens continuístas. A dinâmica terminou em um grande abraço e celebração coletiva, centralizando a importância do afeto nas práticas do Terça Livre.”

Formações de agosto começam com encontros sobre arte urbana, iluminação e gestão de som para espetáculos, e redação oficial
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