Jovens monitores/as criam cultura com suas próprias mãos – vem conhecer três PIAC’s da edição 2020/21!

Os PIAC’s “Mulheres nas áreas técnicas de equipamentos culturais”, “Japão em Quadrinhos” e “Urdimento: Luz em Foco” são exemplos de projetos de jovens, desenvolvidos na atual edição do PJMC.

Por Pedro Paulo Furlan

Um momento para que os/as jovens monitores/as culturais utilizem de sua criatividade, suas capacidades de observação e organização, e para que elus coloquem as mãos na massa em suas próprias ações culturais, os PIAC’s (Planos de Intervenção Artístico-Cultural) representam a conclusão dos aprendizados dentro do PJMC. Com mais de trezentos/as JMC’s e mais de cem bibliotecas, departamentos, teatros, museus, casas de cultura e centros culturais fazendo parte da edição 2020/21, esses planos realmente diversificaram a cultura paulistana através de espaços culturais na cidade inteira.

Vem com a gente conhecer mais três dos PIAC’s criados e produzidos pelos/as jovens monitores/as: dessa vez apresentamos os projetos “Mulheres nas áreas técnicas dos equipamentos culturais”, “Japão em Quadrinhos” e “Urdimento: Luz em Foco”.

“MULHERES NAS ÁREAS TÉCNICAS DOS EQUIPAMENTOS CULTURAIS”

Aline Borgato, jovem monitora na Casa de Cultura Vila Guilherme
Andressa Pimentel, jovem monitora na Casa de Cultura Vila Guilherme

“Este encontro tem como intuito promover um espaço de troca para discutirmos a inserção feminina no mercado e seus atravessamentos recorrentes. Assim, juntas trabalharemos medidas que promovam, fortaleçam e estimulam nossa participação”, essa é parte da legenda divulgando o primeiro encontro do PIAC das jovens Aline Borgato, Andressa Pimentel, Helena Araújo e Jessica Ayara, atuantes na Casa de Cultura Vila Guilherme. Desenvolvendo rodas de conversa sobre a presença de profissionais femininas dentro da sonorização, iluminação, montagem de palco, audiovisual e fotografia, as JMC’s querem oferecer reflexões sobre o machismo nesses espaços.

Helena Araújo: jovem monitora na Casa de Cultura Vila Guilherme
Jéssica Ayara, jovem monitora na Casa de Cultura Vila Guilherme

“O projeto surgiu da inquietação que nós jovens monitoras mulheres tivemos com a questão”, contou Aline Borgato, 24 anos, complementando com: “partiu da gente essa vontade de falar sobre e de propor essas reflexões necessárias”. Os encontros, que aconteceram na plataforma Google Meets, foram meios de comunicar-se diretamente com a pessoas que ingressavam e conversavam com as jovens – após isso, elas iniciaram um ciclo de lives parte desse PIAC, trazendo convidadas experienciadas nas áreas técnicas para contarem suas trajetórias e obstáculos.

Esperando que todos os debates que aconteceram dentro dos eventos do “Mulheres nas áreas técnicas dos equipamentos culturais” sirvam para dar inspiração e poder a muitas mulheres cis e transvestigêneres, além de provocar homens a repensarem suas ações, as jovens acreditam que a ação é uma potência que ainda vai ter muitos impactos. “Esperamos que mais garotas e mulheres se sintam capazes, potentes e desconstruir a ideia de ‘trabalho de homem’ e ‘trabalho de mulher’”, deseja Aline ao público do PIAC delas.

“JAPÃO EM QUADRINHOS”

Lucas Yuji, jovem continuísta na Biblioteca Paulo Sérgio Duarte Milliet

Gosta de cultura japonesa? Já leu mangás e assistiu animes? Se sim, então o jovem Lucas Yuji, 21 anos, que atua na Biblioteca Paulo Sérgio Duarte Milliet, criou o PIAC perfeito para você! O “Japão em Quadrinhos” é uma série de vídeos postados nas redes sociais do espaço, como você pode conferir aqui, feito para transmitir conhecimento sobre a literatura nipônica e incentivar que as pessoas leiam essas obras – especialmente considerando o fato de que essas HQ’s estão disponíveis em bibliotecas públicas por São Paulo inteira.

“Eu coleciono mangás desde 2016 e, por conta disso, queria compartilhar o que eu sabia com as outras pessoas”, nos contou Lucas sobre o que fez ele dar o pontapé de início em seu PIAC. O jovem no começo da ação cultural, especialmente no momento de produção e pesquisa para o primeiro vídeo, estava se sentindo muito nervoso devido ao tema que seu conteúdo estaria falando sobre – com medo de que o público não tivesse uma recepção positiva a ele. No entanto, a cada novo vídeo postado e a cada nova pesquisa, ele conseguiu mais e mais ânimo – vindo dos resultados acima dos esperados por ele.

Junto com a apresentação dessa cultura ao público e o aprofundamento oferecido para pessoas que já tinham interesse nesse conteúdo, Lucas Yuji também pesquisou sobre diversas das editoras que publicam mangás no Brasil e fez listas dos melhores mangás para começar a ler esse estilo de história em quadrinhos. “Através das pesquisas eu adquiri conhecimento de coisas que eu nem sabia e também consegui melhorar as minhas habilidades com edição de imagens e vídeos”, comentou o jovem monitor, comemorando a produção de seu PIAC.

“URDIMENTO: LUZ EM FOCO”

Kelly Ferreira, JMC no Teatro Arthur Azevedo

“Uma ação resultante das experiências, investigações e questionamentos entre duas profissionais das artes do palco que se iniciou em 2013 na SP Escola de Teatro”, resumiu a jovem Kelly Cristina Freire Ferreira, 29 anos: “que teve a sua primeira edição realizada entre os meses de agosto e setembro de 2021 onde ele realmente tomou corpo”. Explicando seu PIAC, em parte, ela também nos contou que o projeto “Urdimento: Luz em Foco” foi pensado para solidificar a luz cênica como arte e o iluminador por trás dela como um artista fundamental para as produções teatrais.

Damaris Pietra, iluminadora profissional e colaboradora do PIAC “Urdimento”

Atuando no Teatro Arthur Azevedo, Kelly recebeu apoio de diverses jovens monitores culturais no desenvolvimento dessa oficina – que ofereceu informações sobre a iluminação cênica, suas importâncias e as maneiras de melhor produzi-la. “A luz é um dos elementos de composição da obra que se complementam para a formação do todo”, nos disse a jovem em nossa conversa, acrescentando: “Ela multiplica as possibilidades de criação de sentidos, atmosferas e plasticidade da cena e alarga a concepção de autor/encenador/criador”.

Triste que essa primeira edição do PIAC não pôde ser presencial, e dessa forma, não deu para explorar por completo o potencial que a ideia tem, a JMC ainda fica feliz de ter podido colocá-lo em ação. Tudo isso ao lado da iluminadora Damaris Pietra, que foi convidada por Kelly para integrar a ação e colaborar para as oficinas com seu extenso conhecimento sobre a temática que o “Urdimento: Luz em foco” compartilha com o público.

Jovens monitores/as criam cultura com suas próprias mãos – vem conhecer três PIAC’s da edição 2020/21!