Itinerário para o Caos: Jovem Monitor Cultural tem conto de estreia publicado em livro
Jovem Monitor Cultural Breno Aurélio tem conto de estreia publicado no livro “Itinerário para o Caos”, da editora Folha de Relvas

Por Laíza Castanhari

O que o caos e a literatura têm em comum? Um coletivo de jovens escritores que se juntam para escrever um livro pode resultar numa rede “não-tão-coesa” de elementos, mas que, justamente por isso, pode funcionar. O Jovem Monitor Cultural continuísta Breno Aurélio – que atua na Supervisão de Centros Culturais Municipais e Teatros de São Paulo – é um dos autores do livro “Itinerário para o Caos”, da editora Folhas de Relvas.

O livro é resultado da escrita e produção dos alunos da nona edição do Curso Livre de Preparação de Escritores da Casa das Rosas (Clipe), que Breno ingressou no começo de 2022. O jovem foi um dos 45 alunos selecionados para o curso, que tem duração de um ano. 

“Minha relação com a escrita começa quando criança, na escola pública da periferia na Zona Leste de São Paulo. Eu era um dos alunos que gostava de frequentar as aulas na sala de leitura”, recorda Breno. 

A ideia de escrever um livro partiu dos próprios alunos do curso livre de escrita. “Durante as conversas após as aulas, papeávamos sobre livros, arte, política e vivências. Essa inspiração que o curso dá acabou gerando o nosso interesse em escrever um livro coletivo”. Foi assim que, visando esse objetivo, 29 alunos do curso formaram o Coletivo Escrivaninha. 

Todos os membros do coletivo escreveram um conto para o livro e teve participação na montagem da obra: seja nas ilustrações, nas leituras críticas, na diagramação ou na organização dos contos. 

Caos norteador 

O grupo precisava definir um tema para a obra. Foi aí que eles pensaram como poderiam representar a pluralidade do coletivo. “Percebemos que o caos se encaixava muito com um grupo recém-formado e tão diverso: as divergências e concordâncias de ideias e as realidades diferentes de cada um”, explica Breno.

Segundo o jovem, o caos pode ser universo, cidade, luto, amor, medo, desordem, ciência, filosofia e “tudo mais que está dentro da subjetividade e da liberdade de cada um sobre a sua escrita”. 

O seu conto chama-se “Nas linhas tênues entre o amor e a arte”, e foi escrito especialmente para o livro. Trata-se de um romance sem exagero na dose, como ele mesmo define. Como inspiração, o jovem recordou suas relações ao longo da vida que foram intermediadas por livros, artes e conversas pela cidade. 

“Decidi escrever sobre o amor e a liberdade que sentimos quando demonstramos nossos sentimentos”, diz.

Bagagem cultural

Quando ingressou no curso de preparação de escritores, Breno já era Jovem Monitor Cultural. Ele destaca a inspiração que a experiência no PJMC traz para sua trajetória literária. 

“Atuando no edifício Sampaio Moreira [sede da Secretaria Municipal de Cultura – SMC], é possível ter a sensação de que as paredes antigas, o elevador arcaico, a arquitetura eclética e a escada em espiral dariam um ótimo cenário para um conto do Kafka”, reflete. 

Breno conta que, pelo PJMC, já teve a possibilidade de visitar todos os teatros municipais e grande parte dos centros culturais de São Paulo, apreciando diversos eventos culturais. “Além disso, as trocas de ideias que tenho com gente experiente na cultura de São Paulo, sejam gestores ou funcionários da SMC, sempre são muito importantes.”

Toda essa bagagem cultural acaba refletindo na criatividade do artista: “Na maioria das vezes, o escritor conta histórias e escreve ficção, então é um prato de mão cheia estar nesses lugares.”

Ficou interessado/a em conhecer o jovem Breno como escritor? O livro “Itinerário para o Caos” está em pré-venda pelo site da editora Folhas de Relva. Clique aqui para acessar o site. 

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