As mentorias são partes fundamentais para a escrita e implementação dos Planos de Intervenção Artísticos-Culturais (PIACs) dentro do Programa Jovem Monitor Cultural (PJMC). Essas atividades proporcionam suporte técnico e criativo para que os jovens monitores desenvolvam seus projetos alinhados às suas áreas de atuação e às necessidades do espaço cultural. Nesta etapa, as mentorias foram organizadas por linguagens artísticas e culturais, possibilitando um acompanhamento mais direcionado e eficaz. Durante os últimos meses, jovens se dividiram para acompanhar os aconselhamentos de suas próprias linguagens.
Artes Visuais/Exposição
Na linguagem de Artes Visuais e Exposição, os jovens tiveram a oportunidade de explorar curadoria, montagem e concepção artística de exposições. A mentoria ajudou a estruturar projetos que dialogassem com a cidade, os espaços culturais e o público, fortalecendo a autonomia criativa e a capacidade de planejamento.
Literatura
Os projetos de Literatura foram orientados para fortalecer a escrita como ferramenta de expressão e transformação. Durante as mentorias, os jovens discutiram formas de produção textual, edição e publicação, além de estratégias para promover o acesso à leitura e à valorização das narrativas periféricas e diversas.
Pesquisa
A pesquisa é uma base essencial para qualquer produção cultural. As mentorias nesta linguagem trouxeram discussões sobre metodologias, fontes, ética na pesquisa e formas de documentar processos artísticos. Os jovens monitores puderam aprofundar temas relevantes para seus projetos e conectar seus PIACs a reflexões mais amplas sobre cultura e sociedade.
Audiovisual e Fotografia
Com um olhar voltado para a imagem e a narrativa visual, as mentorias de Audiovisual e Fotografia orientaram os jovens no desenvolvimento de roteiros, captação de imagens, edição e distribuição de conteúdo. A relação entre arte e tecnologia foi um ponto forte das discussões, assim como a importância do audiovisual como ferramenta de memória e registro cultural.
Música
Os projetos na área de Música passaram por reflexões sobre composição, produção musical, circulação e gestão de carreira. Além disso, as mentorias fomentaram a experimentação e o diálogo entre gêneros musicais, promovendo um olhar atento para o cenário da música independente e suas possibilidades.
Produção
O campo da produção cultural é um dos pilares do PJMC, e as mentorias nessa linguagem focaram na estruturação de eventos, gestão de recursos, captação de financiamento e planejamento estratégico. Os jovens puderam compreender melhor a cadeia produtiva da cultura e a importância da produção para viabilizar ações artísticas de impacto.
Teatro
A mentoria em Teatro trouxe abordagens sobre dramaturgia, encenação e atuação, além de discutir as potencialidades do teatro como ferramenta de mobilização e conscientização. Os projetos desenvolvidos partiram de diferentes referências e experiências, refletindo a diversidade do fazer teatral e sua relação com os territórios.
Dança
Na linguagem da Dança, os encontros foram voltados para processos coreográficos, expressão corporal e possibilidades de criação e circulação. Os jovens discutiram desde a pesquisa de movimento até formas de viabilizar apresentações e ações formativas dentro e fora dos espaços institucionais.
Mentorias PIAC com ex-JMCS
No caminho da construção coletiva dos Planos de Intervenção Artístico-Cultural (PIACs), as mentorias com ex-Jovens Monitores Culturais se mostraram fundamentais para ampliar olhares e fortalecer processos. A atividade, conduzida por Julia Marinho e Gleice Kelle, também por Amber Blenda e Victor Carriel — todos com trajetória marcada pelo engajamento no Programa — foi um espaço potente de escuta, troca de experiências e aprendizados entre gerações de jovens.
Durante os encontros, os JMCs continuístas puderam aprofundar seus conhecimentos sobre os desafios e etapas da pré-produção e da produção de ações culturais. A partir de exemplos práticos, reflexões coletivas e vivências compartilhadas, o grupo foi incentivado a pensar de forma estratégica, criativa e colaborativa.
Mais do que uma oficina técnica, a mentoria foi um momento de inspiração e reafirmação da potência da juventude na gestão e na criação cultural dos territórios. Com o apoio de quem já trilhou esse caminho, os novos projetos ganham ainda mais força para sair do papel e transformar realidades.
Um exemplo marcante dessa potência é o projeto “Centro de -Resistência- da Dança”, realizado em 2023 pela ex-jovem monitora Júlia Loures, com apoio e participação da também ex-jovem monitora Babi Françoise. O projeto resultou na produção de um mini documentário que foi exibido na atividade formativa “Corpo Tela”. A exibição foi seguida por uma roda de conversa mediada por Gustav Courbet, promovendo um diálogo sobre o processo de criação, os desafios e as memórias que atravessam o Centro de Referência da Dança da Cidade de São Paulo (CRD).
O mini documentário nasce da inquietação diante da escassez de registros sobre a trajetória do CRD, espaço que, historicamente, foi símbolo da elite paulistana, mas que hoje abriga, acolhe e impulsiona artistas das mais diversas origens. A obra investiga as forças que tornaram possível a existência do CRD como um polo de resistência artística, revelando os rostos e corpos que movimentam o espaço e mantêm viva a sua potência. Com sensibilidade e olhar crítico, o projeto audiovisual consolida-se como etapa final da formação de Júlia Loures no PJMC, e expressa a força das juventudes quando apoiadas por políticas públicas de formação e cultura.
Com iniciativas como essa, o PJMC reafirma o papel estratégico das mentorias e da formação continuada na construção de uma cultura plural, acessível e protagonizada por jovens. A cada ciclo, as mentorias reafirmam o compromisso do PJMC com uma formação crítica e prática, que incentiva a produção cultural comprometida com os territórios e com a diversidade de expressões. Ao mesmo tempo em que ampliam repertórios, os PIACs contribuem para a criação de redes e oportunidades no cenário cultural, abrindo caminhos para que os jovens transformem suas vivências em ações potentes e transformadoras.
