Dawid Araújo fala sobre como o ingresso no Programa Jovem Monitor/a Cultural lhe deu a oportunidade de trabalhar e desenvolver-se na cultura.
Os equipamentos culturais da cidade de São Paulo são espaços de aprendizado que oferecem diversas atividades, muitas vezes organizadas e conduzidas pelos nossos jovens monitores culturais. Na região Sul, o jovem Dawid Araújo, 30 anos, da Biblioteca Belmonte, aproveitando suas habilidades, organizou uma série de atividades livres, dentre elas, de encadernação e poesia. Em decorrência da pandemia, Araújo conseguiu realizar apenas a atividade livre de cartoon, na qual é professor, aproveitando materiais próprios e encontrados na própria biblioteca.
O jovem desenha profissionalmente desde 2012, mas em sua infância ele já sentia conexão com a arte. “Com 12 anos de idade fiz dança e teatro, mas só depois dos 20 fui fazer a parte visual, e foi lá que eu fiquei”, ele reforça: “me encontrei nas artes visuais”.
“Eu trabalhava com gastronomia mas muitos torciam para que eu trabalhasse com cultura” ele conta como considerou investir na área artística iniciando pelo ingresso no programa, “e então eu me inscrevi no PJMC”. Com a entrada no Programa Jovem Monitor/a Cultural, Dawid começou a atuar na Biblioteca Belmonte: “Você tem que fazer alguma oficina, não pode ficar parado. É a cara da Biblioteca Belmonte estar sempre oferecendo algum curso” ele comenta sobre as atividades nesse equipamento público, ao mesmo tempo em que agradece a equipe e gestão da biblioteca porque possibilitaram a criação de suas atividades livres.
Ao entrar no PJMC em 2019, Dawid já trazia na bagagem certa experiência. Foi oficineiro em um dos CEUs, Centro Educacional Unificado, e em uma das Fábricas de Cultura. Nos dois espaços, começou como auxiliar de professor em aulas de dança cigana e foi professor nas oficinas de desenho livre, encadernação e bordado.
Devido às suas experiências passadas, ao chegar na Biblioteca Belmonte, começou diretamente criando suas próprias atividades baseadas nas demandas de quem visitava o equipamento: “Eu perguntei para cada um dos leitores e usuários da biblioteca que tipo de oficina eles gostariam de ter, quase uma pesquisa de mercado mesmo”. Começou definindo como poderia realizar os desejos do público, depois foi, rapidamente, checando os recursos a que tinha acesso e apresentando as ideias para o seu gestor, com quem conseguiu apoio para desenvolvê-las.
Esse jovem monitor conseguiu unir suas vivências no CEU e na Fábrica de Cultura, seu talento e sua paixão dentro de sua atuação no Programa Jovem Monitor/a Cultural, aproveitando todas as possibilidades do programa para realizar seus projetos e oficinas.
Atualmente, Araújo integra projeto que está unindo os jovens monitores culturais de muitas bibliotecas envolvidas no programa. Esta união busca apoiar os jovens que entrarão na próxima edição (2020-2021), através da documentação de depoimentos, disponibilizar caminhos sobre como atuar em bibliotecas e aproveitar seus repertórios e potenciais.
Dawid disponibilizou sua atividade livre de cartoon em horários diferentes para que o maior número de pessoas conseguisse aproveitar. Dessa forma, ele pode analisar de perto o desenvolvimento de cada um e aplicar seus saberes como professor de desenho. “Minha parte favorita é justamente ver a pessoa desenhando bem”, ele refere-se ao aprendizado de uma pessoa em situação de rua que desenvolveu um traço mais realista bem diferente do seu: “É incrível ver a pessoa ir além, ver que você ensinou o que podia e a pessoa aprendeu e ficou melhor que você”.