
A Economia Criativa tem se consolidado como um dos principais motores de desenvolvimento econômico e social, especialmente no campo da cultura. No contexto do Programa Jovem Monitor Cultural (PJMC), essa perspectiva se torna ainda mais relevante, pois destaca o papel da juventude na construção de iniciativas inovadoras e na valorização da diversidade cultural.
O conceito de Economia Criativa surgiu como uma resposta à crescente valorização da criatividade, da inovação e do conhecimento como fatores essenciais para a geração de riqueza e desenvolvimento sustentável. John Howkins, em seu livro “Economia Criativa: Como Ganhar Dinheiro com Ideias Criativas” (2001), destacou que esse modelo econômico se baseia na capacidade de transformar a criatividade em valor econômico, impulsionando setores ligados à cultura e às artes.
No PJMC, a Economia Criativa se manifesta na produção cultural de jovens que atuam em equipamentos públicos e espaços culturais, promovendo atividades que envolvem arte, educação, memória, identidade e expressões populares. Esse modelo integra dois valores complementares: o valor econômico, ligado à produção e circulação de bens e serviços culturais, e o valor criativo, relacionado à originalidade, à expressão e à subjetividade das manifestações culturais.
Juliana Alves Frade, supervisora pedagógica do Programa, conta que
“nesta nova edição do Programa Jovem Monitor Cultural, as formações teóricas foram ampliadas e agora incorporam a economia criativa – um componente que se refere ao ecossistema formado por setores como produção audiovisual, moda, artes plásticas, música, design e inovação, explorando a interseção entre criatividade, cultura e produção econômica. Os eixos do programa já abordam esses temas de modo geral, e os encontros formativos específicos sobre economia criativa, que acontecem no Eixo 5: Arte, Cultura e Cidade, têm o objetivo de firmar esse projeto e materializar o preciso formativo dos jovens.
Essa inclusão é fundamental, pois as formações oferecem conhecimentos sobre gestão governamental, políticas públicas, acesso à cidade, sociologia da cultura, matemática financeira, entre outros temas. Ao integrar a economia criativa, o Programa não só consolida a vivência dos jovens no setor, mas também fortalece o período de consolidação da agenda PIAC (Plano de Intervenção Artístico e Cultural). Os PIACs estão diretamente relacionados com as linguagens da economia criativa e contam com mentorias para propostas em dança, audiovisual, artes visuais, teatro, pesquisa, literatura e produção de eventos culturais, preparando os JMCs para os desafios e oportunidades pós-programa.
A maior parte dos nossos jovens já tem contato com as diversas vertentes da economia crítica e, muitos, atuam como formadores e agentes culturais em seus territórios. A verdadeira virada de chave consiste em compreender, a partir da gestão e da produção, como viabilizar seus projetos e captar recursos financeiros, transformando conhecimento em oportunidades concretas.”
Para além da produção cultural, a economia criativa é um dos eixos pedagógicos do Programa Jovem Monitor Cultural. Neste semestre, os JMCs mergulham nesse tema para entender como a cultura se conecta com inovação, empreendedorismo e sustentabilidade. A formação traz reflexões sobre trabalho, renda e novas possibilidades dentro do setor cultural, ampliando horizontes para quem atua ou deseja atuar na área.
Setores da Economia Criativa na Cultura A Economia Criativa abrange diversos setores, especialmente aqueles ligados à cultura, como:
- Artes visuais e cênicas;
- Música;
- Literatura e audiovisual;
- Patrimônio cultural e expressões populares;
- Design e moda;
- Produção editorial e novas mídias.
A atuação dos jovens no PJMC fortalece esses segmentos ao promover a democratização do acesso à cultura e incentivar práticas que geram impacto social positivo. Desde a organização de eventos culturais até a mediação de exposições e espetáculos, os jovens monitores culturais exercem um papel essencial na difusão e na valorização da produção artística local.
A Importância da Economia Criativa na Cultura A Economia Criativa impulsiona a diversidade cultural, a inclusão social e a geração de oportunidades. No âmbito do PJMC, essa abordagem permite que os jovens desenvolvam habilidades técnicas e criativas, adquiram experiência no setor cultural e participem ativamente da construção de políticas culturais mais inclusivas e acessíveis.
Dara Roberto, gestora e produtora cultural, ex-jovem monitora, diz que “a Economia Criativa é uma forma de abrir caminhos para a cultura de uma forma eficiente e democrática, atendendo públicos e iniciativas que visem o crescimento econômico e cultural. O PJMC oferece um campo amplo de pensar, criar e expressar identidades culturais através do desenvolvimento formativo e profissional”.
Além de estimular a inovação e a formação profissional, a Economia Criativa também fortalece a identidade cultural e promove a preservação do patrimônio artístico e histórico. No Brasil, o reconhecimento da importância desse setor levou à criação da Secretaria de Economia Criativa e Fomento Cultural (SEFIC), que tem como objetivo fortalecer as cadeias produtivas da cultura e ampliar oportunidades para artistas e produtores culturais.
A Economia Criativa, especialmente no contexto do Programa Jovem Monitor Cultural, representa uma potente ferramenta de transformação social. Ao conectar a criatividade ao desenvolvimento econômico, esse modelo amplia horizontes para a juventude e fortalece o setor cultural como um espaço de inovação, identidade e sustentabilidade. Assim, ao fomentar o protagonismo juvenil na cultura, o PJMC reafirma a importância da criatividade como elemento essencial para uma sociedade mais justa, plural e dinâmica.