O Programa Jovem Monitor Cultural (PJMC) inaugurou uma nova iniciativa de aproximação e escuta ativa: o Café com Gestor, um quadro que busca fortalecer o vínculo entre as equipes de gestão, formação pedagógica e comunicação do programa e os gestores dos equipamentos que recebem jovens monitores em toda a cidade.
A proposta é simples, mas fundamental: criar um espaço de diálogo direto com quem acompanha o dia a dia das bibliotecas, centros culturais, teatros, CEUS, casas de cultura e demais equipamentos e departamentos municipais de cultura, compartilhando práticas, desafios e caminhos para aprimorar a formação prática dos jovens. O quadro também pretende, como destacou a coordenação, “democratizar o acesso à informação sobre a Rede Municipal de Cultura, suas equipes e sua importância para o desenvolvimento cultural da cidade”.
A primeira convidada do Café com Gestor foi Sueli Nemen Rocha, Supervisora de Bibliotecas da Coordenadoria do Sistema Municipal de Bibliotecas (CSMB). Graduada em Biblioteconomia e Documentação, com especializações em Mediação de Serviços de Informação, Educação e Gestão Pública, Sueli tem trajetória marcada pela defesa do acesso à leitura, formação de leitores e fortalecimento das bibliotecas públicas de São Paulo.
“A conversa foi significativa. A gente se aproxima para além da correria”
Ao abrir a conversa, Sueli compartilhou a alegria de participar do encontro inaugural e destacou positivamente a iniciativa do quadro:
“A conversa foi superagradável e significativa. É um momento em que podemos nos aproximar das pessoas, sem ser só na correria e nos problemas, para falar da importância das bibliotecas e da participação dos jovens monitores.”
Para ela, a presença dos gestores nas discussões do programa é essencial para construir uma formação mais coerente e transformadora:
“É importante que a gente se conheça mais, que um possa entender a realidade do outro. Assim construímos um programa significativo para os jovens. A gente tem uma ideia muito comum de qual é o papel do jovem para o equipamento público e como podemos caminhar juntos para oferecer uma formação relevante.”
Jovens nas bibliotecas: energia, novas linguagens e vínculos reais
Questionada sobre como os jovens impactam as bibliotecas e o que esperam delas, Sueli foi categórica:
“As bibliotecas não têm um tipo de jovem ideal. A gente espera construir relações humanas, respeitando diferenças e individualidades. Muitos chegam com uma visão estereotipada de biblioteca, mas vão descobrindo o universo de possibilidades que ela oferece.”
A supervisora também destacou transformações concretas trazidas pelos jovens monitores:
“O jovem traz outra energia, outra linguagem, propostas diferentes. Eles se comunicam com públicos diversos. Tivemos um exemplo recente, o PIAC de Biblioteca Humana apresentado por uma jovem da supervisão. Foi um ganho enorme para ela, para a biblioteca e para o território.”
As relações intergeracionais construídas nesse processo também são, segundo ela, um dos pontos altos:
“Os jovens estabelecem relações sinceras com o público das bibliotecas. Isso é muito valioso. O programa é fundamental. O programa é vida.”
Antes de encerrar, Sueli deixou um recado aos jovens monitores e gestores:
“Que possamos construir relações verdadeiras, com dores e alegrias, e que essa aprendizagem ajude os jovens a fazer escolhas que tragam equilíbrio e felicidade. Aos gestores, que participem ativamente da formação.”
“Queremos democratizar o acesso à informação sobre os equipamentos culturais” — Carol Santos
A coordenadora geral do PJMC, Carol Santos, reforçou o propósito do quadro e sua relevância para aproximar gestão e prática.
“O Café com Gestor nasce para aproximar o programa do gestor que está na ponta, acompanhando o dia a dia do jovem. Queremos estreitar laços e democratizar o acesso à informação sobre os equipamentos da Rede Municipal de Cultura, que muitos cidadãos nem sabem que existem.”
Carol destacou que a rede conta com 54 bibliotecas públicas, além de diversos outros espaços que acolhem monitores, cada um com especificidades:
“Essa foi a primeira conversa de muitas. Queremos trazer o servidor da cidade, valorizar quem está nos bastidores fazendo tudo acontecer e contar as histórias dessas pessoas que engrandecem a cultura da cidade.”
“Toda relação é fundamental: são as pessoas que fazem o programa acontecer” — Edméia Vieira
Encerrando o primeiro encontro, a coordenadora pedagógica do PJMC, Edméia Vieira, falou sobre o papel do quadro para integrar formação prática e formação teórica.
“Por mais que a gente se reúna aqui com gestores, o assunto principal é o jovem. Pensamos no programa, na continuidade da política pública e na empregabilidade.”
Edméia lembrou que, ao chegar ao PJMC, buscou contato direto com Sueli e outros gestores para compreender, antes de tudo, o cotidiano dos jovens:
“Quando assumi, queria falar com pessoas. A Sueli foi alguém que ouviu, respondeu e caminhou junto. Essa parceria entre gestão e formação é essencial.”
Para ela, ouvir quem acompanha as juventudes diariamente nos equipamentos é o que permite aprimorar o programa:
“O jovem está mais tempo na formação prática durante a semana. Escutar o gestor ajuda a alinhar teoria e prática, construir e desconstruir caminhos. Toda relação que estabelecemos é fundamental. São as pessoas que fazem o programa acontecer.”
Um espaço de escuta, diálogo e construção coletiva
O primeiro Café com Gestor inaugurou com potência um espaço que promete se tornar referência na integração entre a gestão da política pública, os formadores e os jovens que constroem diariamente a cultura da cidade.
Novos encontros serão realizados, ampliando o diálogo com gestoras, gestores, coordenadores e trabalhadores da Rede Municipal de Cultura — valorizando histórias, trajetórias e a centralidade das juventudes na política cultural de São Paulo.











