No Mês da Consciência Negra, visitamos o Centro de Culturas Negras do Jabaquara Mãe Sylvia de Oxalá e a Biblioteca Paulo Duarte, na região Sul de São Paulo, espaços que celebram a cultura negra durante o ano todo.
Os jovens monitores continuístas Angel Gimenez e Estfani da Costa conduziram a visita ao CCN, que foi inaugurado nos anos 80 e desde então se tornou referência promovendo uma programação cultural construída por e para a comunidade negra da nossa cidade. Primeiro centro cultural de São Paulo, o Centro de Culturas Negras do Jabaquara está inserido em um complexo cultural que também abriga a Casa Histórica do Sítio da Ressaca e uma área verde de 11 mil m2. O Sítio da Ressaca já foi uma espécie de “quilombo de passagem” que recebeu muitas pessoas que se deslocavam para o grande quilombo de Jabaquara, em Santos, e é, portanto, um patrimônio histórico da cidade tombado pela Prefeitura. Angel e Estfani contaram um pouquinho dessa história e sobre as atividades que desenvolvem por lá!
Desde 2018, o CCN também recebe o nome da iyalorixá Mãe Sylvia de Oxalá, uma liderança comunitária, cultural, política e religiosa do Movimento Negro que lutou contra o racismo e a intolerância religiosa, buscando valorizar e preservar a memória do Candomblé e de outras práticas do povo afro-brasileiro Ela idealizou o Acervo da Memória e do Viver Afro-Brasileiro Caio Egydio de Souza Aranha, que reunia objetos históricos da presença negra em São Paulo e já foi abrigado no CCN e hoje está sob a guarda do Axé Ilê Obá.
Já a jovem monitora ingressante Johana nos apresentou a Biblioteca Paulo Duarte, temática em cultura negra, e que conta com um acervo de mais de 3000 itens, entre biografias, poesia, prosa, estudos, e literatura infantil africana e afro-brasileira.
Juntos, o Centro de Culturas Negras, a Biblioteca Paulo Duarte e o Sítio da Ressaca se firmam cada vez mais como equipamentos culturais não só de preservação, mas de celebração viva da cultura negra, com shows, palestras, cursos, ações do PIÁ, do Programa Vocacional, e atividades que contemplam desde o público infantil até a terceira idade. Todo esse complexo cultural também é um espaço de organização da sociedade civil local, com a disponibilização de salas para reuniões, eventos e ensaios, e participação ativa da juventude negra. Não deixe de conhecer e visitar esses espaços tão importantes!