Em uma visita pedagógica muito enriquecedora, ingressantes e continuístas do PJMC conheceram a Aldeia Indígena Tekoa Krukutu, localizada no extremo sul de São Paulo. A atividade faz parte do eixo formativo “Circula“, em que JMCs podem explorar a pluralidade de espaços e culturas que compõem a cidade e desenvolver reflexões artísticas e pedagógicas partindo do fundamento da territorialidade. A experiência foi dividida em duas datas para que as turmas de todas as macrorregiões pudessem vivenciar a proposta.
A Aldeia Krukutu faz parte da Terra Indígena conhecida como Tenondé Porã, que também abrange outros municípios no ABC e na Baixada Santista. A Tekoa – palavra em guarani mbyá para “aldeia” – é uma das mais antigas desse território, e a segunda maior, com aproximadamente 500 habitantes. À margens da represa Billings e com cerca de 54 hectares, tem uma Unidade Básica de Saúde, um Centro de Educação e Cultura Indígena (CECI), voltado para a educação básica, uma Escola Estadual Indígena e outros espaços de convivência como quadras de esportes, centro de eventos e parque infantil. As visitas de pessoas não indígenas acontecem de acordo com o Plano de Visitação elaborado pelos povos da Tenondé Porã, com consentimento, diálogo e roteiro previamente acordado.
Ao chegar à Tekoa, as turmas foram convidadas a conhecer a casa de reza central, um lugar que abriga os principais rituais da comunidade, além de ser um ponto de encontro com as lideranças da região, e de aconselhamento com os saberes ancestrais dos pajés. A conversa foi guiada pela líder Kerexu Mirin, professora indígena no Centro de Educação e Cultura Indígena Krukutu. Ela respondeu a dúvidas, compartilhou detalhes sobre o dia a dia da aldeia, e reforçou a importância de uma educação indígena para a preservação das práticas tradicionais e do modo de viver guarani.
O papo foi seguido por um almoço coletivo e uma visita à exposição com venda de artesanato indígena local. À tarde, JMCs foram guiados em uma trilha interna da aldeia para experimentar o tempo a partir da cosmovisão krukutu, apreciando os sons e imagens da natureza, e se detendo sobre o presente com mais atenção. O caminho margeou a represa Billings e retornou à casa de reza principal, já que a ciclicidade também é um dos fundamentos do pensamento ancestral indígena. Em um momento marcante que encerrou a formação, jovens, crianças e artistas krukutus se apresentaram em um coral com canções típicas em guarani mbyá, que ressoaram em todos os presentes.
A experiência proporcionou aos JMCs um contato direto com a cultura guarani mbyá, promovendo o respeito à diversidade e a interculturalidade. Através do diálogo, da música e da vivência em comunidade, jovens e toda a equipe do PJMC puderam ampliar seus horizontes e desenvolver uma postura crítica e reflexiva sobre o mundo.
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