Bárbara Hellen, jovem monitora, Ana Beatriz Souza e Elza Nóbrega, gestoras, narram suas experiências dentro do espaço cultural e comentam como tem sido acolher os/as jovens que ingressaram durante o momento de pandemia
Por Pedro Paulo Furlan
Dividida em duas áreas, Ação Cultural e Bibliotecas, a atuação dos/as jovens monitores/as culturais no Centro Cultural São Paulo, CCSP, é repleta de variedade e de experiências para que eles/as aprendam o máximo possível. De maneira que colaborem com a cultura sendo criada e compartilhada dentro do CCSP, os/as jovens desenvolvem seus próprios projetos no espaço cultural, seguindo seus próprios interesses e paixões, além de se dedicarem ao setor no qual estão atuando. Com essas ações, os/as JMC’s transmitem seus conhecimentos e proficiências ao CCSP: “Eles/as nos ajudam a construir a história do centro cultural com as suas movimentações lá dentro”, afirma a gestora Elza Nóbrega.
Com a divisão de setores, os/as gestores/as do CCSP também estão divididos, ficando responsáveis principalmente por um deles, por mais que estejam abertos/as a todos/as JMC’s que deles/as precisarem. Elza, por exemplo, é responsável pelo setor de bibliotecas do CCSP e pelos/as jovens que atuam lá. Já com experiência na cultura municipal há 19 anos, a gestora é quem supervisiona, entre outros, o projeto Lugar da Escrita. Enquanto isso, Ana Beatriz Souza, que já trabalha na prefeitura há 12 anos, está responsável pela área de ações culturais, que cuida das visitações ao CCSP, as mediações do equipamento com outras organizações e escolas, e muito mais. Supervisora dos/as jovens envolvidos com esse setor, Ana inclusive atua como gestora da Bárbara Hellen, continuísta e organizadora do projeto GIRO, para a ambientação dos/as JMC’s ingressantes no CCSP.
Com a pandemia e o fechamento temporário de todos os espaços culturais, os/as jovens monitores/as da edição de 2020/21, ingressaram no programa em modo remoto. Devido a esse fator, no CCSP, a gestora Ana solicitou que Bárbara sugerisse uma forma de acolher esses/as novos/as JMC’s. Usando uma fórmula de apresentação já utilizada em algumas visitações ao CCSP, a jovem e um dos estagiários do espaço cultural desenvolveram o GIRO, de forma a introduzir os/as ingressantes à equipe e ao CCSP de uma maneira envolvente e dinâmica. “Queremos fazer com que não sintam nenhuma distância do espaço e que realmente se sintam acolhidos e pertencentes ao CCSP”, conta Bárbara, continuando: “Fizemos de tudo para que eles/as se sentissem em uma visitação a um centro cultural, a um museu, algo mais leve”.
“Nos deparamos com a pergunta de como poderíamos transportar os jovens ao CCSP de modo virtual”, narra Ana Beatriz, adicionando: “e também como apresentar nossa equipe a eles, criamos o GIRO com base em uma ideia da Bárbara para que pudéssemos ambientalizar esses novos JMC’s”. Os/as gestores/as do CCSP veem imensa importância nos projetos dos/as seus/suas jovens monitores/as e em todas suas movimentações: “Nós tentamos dar asas aos nossos jovens, potencializar eles dentro de suas formações”, diz a gestora Elza: “mas creio que aprendemos mais com eles/as”. Ambas Ana e Elza estão há dois anos trabalhando no centro cultural, mas já entendem a fundamentalidade dos/as JMC’s para o funcionamento do espaço: “A participação dessas jovens monitoras é fundamental para o funcionamento do CCSP”, conta Elza, “com o tamanho [físico do espaço cultural], elas são necessárias para que o organismo do CCSP continue trabalhando”.
Para vários/as jovens, a atuação em um espaço cultural tão grande quanto o CCSP era algo que nunca tinham imaginado, mas que diariamente marca sua trajetória. “Quando eu fui selecionada para o CCSP, eu nunca tinha imaginado que ia ser possível”, fala Bárbara sobre sua experiência: “mas foi surreal ingressar, especialmente junto à Priscila, outra mina preta”. Priscila da Silva, outra jovem continuísta do CCSP, por sua vez, frequentava constantemente o centro cultural – tanto que conheceu o programa por meio de uma funcionária do espaço. Esse carinho pelo CCSP também está presente nos/as ingressantes desse ano, como narra a JMC Stefani Aparcana: “Quando eu era mais nova, eu tinha um grupo de amigos que organizava um clube do livro no CCSP, me senti tão feliz de poder retornar a esse espaço, que significa tanto para mim”.