Começando como JMC do Centro de Formação Cultural Cidade Tiradentes e depois indo para o Teatro Flávio Império, Allan contou sobre esses dois anos como jovem monitor.
Por Pedro Paulo Furlan
Atuando no Teatro Flávio Império, o jovem monitor Allan Zancanella sentou com a gente para conversar sobre sua trajetória dentro do Programa Jovem Monitor/a Cultural, seus momentos mais marcantes e também os maiores aprendizados que ele teve durante esses dois anos de formação. Começando como JMC no Centro de Formação Cultural Cidade Tiradentes (CFCCT) e depois sendo transferido para o espaço cultural onde está atualmente, Allan experimentou dois tipos de atuação – e com isso conheceu muito do trabalho de um profissional da cultura.
Antes de entrar no PJMC, o jovem de 27 anos já tinha contato direto com a cultura – trabalhando como professor de música e canto, além de se apresentar como músico e ator – e por isso já tinha um carinho pelo CFCCT, onde frequentava na sua adolescência, inclusive para andar de skate. “Quando eu entrei, foi uma felicidade muito grande e eu pude entender todos os mecanismos administrativos e como realmente ingressar no espaço, algo que eu achava complicado anteriormente”, contou-nos Allan sobre esse primeiro momento.
Um equipamento à parte, com muitos funcionários e vários andares, o Centro de Formação Cultural foi onde o jovem passou seu primeiro ano dentro do PJMC – período de sua atuação que foi complicado devido a alguns desencontros. “Antes eu sentia que a equipe tinha dificuldade em apontar atividades para os jovens monitores, mas depois de conversar com a gestão do programa, as coisas melhoraram muito”, afirmou ele – que começou a atuar na recepção e na biblioteca do espaço, aprendendo muito dentro durante esse momento.
Com a troca da gestão do CFCCT e a pandemia, algumas outras situações surgiram e Allan elogia a gestão do PJMC, dando destaque à mediação da agente de formação Juliana Balduíno nesse período, no auxílio para resolver tudo que aparecia. No começo de sua segunda edição, o jovem recebeu uma oportunidade de transferência de espaço – mudando-se para o Teatro Flávio Império, sobre o qual ele comenta: “Foi onde, de novo, eu tive uma sensação de pertencimento, foi muito bom”, acrescentando: “Hoje, eu cheguei em um patamar muito bacana, eu sou um caso em que houveram problemas, mas eles conseguiram ser resolvidos”.
Lá no Teatro, Allan está tendo ainda mais aprendizados durante o seu momento de atuação, fazendo muitos elogios à equipe do espaço cultural – especialmente ao gestor, que tem uma estratégia de gestão compartilhada com os jovens de lá: “É como se fossemos todos gestores e, com isso, aprendi e cresci muito”. Agindo como jovem monitor cultural e auxiliando com muitas áreas do teatro, aprendendo mais sobre a parte técnica do espaço, atuando junto a cantores, artistas e atores, além de conseguir, dessa maneira, crescer como artista musical ele mesmo, Allan afirma: “Eu me sinto muito grato pois acredito que pude entender a política pública tanto quanto se eu tivesse feito um ensino superior nessa área”.
Agora, finalizando seu momento dentro do programa, ele nos contou: “Eu estou saindo, nos últimos dias, mas o que eu sinto é que minha participação nesse projeto foi essencial e é precisa essa rotação de jovens, porque nós seremos os profissionais culturais, gestores e produtores do futuro”. Junto com isso, ele falou que sente que se tornou um profissional muito mais completo dentro do PJMC, enquanto se via apenas como um artista performático. Finalizando nossa conversa, Allan deixou uma dica para jovens monitores/as culturais novos/as: “o PJMC é um local de aprendizado, é uma questão formativa, mas você tem que ter responsabilidade ainda, porque o jovem monitor é indispensável dentro dos espaços culturais”.