Marina Veneta e Bárbara Aline começaram, em março, o projeto Mulheres no Cinema, uma série de vídeos para apresentar seu público a diversas diretoras do cinema
Por Pedro Paulo Furlan
As redes sociais dos espaços nos quais os/as jovens atuam são onde eles/as têm hospedado seus projetos durante a pandemia e o modo remoto. Estas plataformas permitem diversos formatos de conteúdo e, consequentemente, um leque muito diverso em relação às ações culturais dos/as jovens. Na Biblioteca Roberto Santos, Bárbara Aline dos Santos, jovem monitora continuísta, e Marina Veneta, jovem monitora ingressante, estão desenvolvendo vídeos para seu projeto Mulheres no Cinema. O projeto, criado durante março, mês do Dia das Mulheres, une a temática da biblioteca, o cinema, e informações sobre a presença feminina nesse universo.
Formada em audiovisual e no curso “É Nóis na Fita”, sobre cinematografia, Bárbara aplicou esses conhecimentos na criação de seu projeto próprio, o Trechos em Vídeo, e depois no Mulheres no Cinema, colocando-se dentro do mundo cinematográfico, pelo qual ela nos conta que sempre foi apaixonada. Enquanto isso, Marina também era interessada no universo do cinema, porém com mais foco na área de teatro e atuação – assim que entrou no programa, porém, conheceu a Bárbara e: “A partir disso ela começou a me ajudar e me ensinar, virou minha professora online”, Marina narra. O apoio de Bárbara, o interesse de Marina e a parceria das duas, tudo isso foi unido após uma reunião com sua gestora, Tatiana Rodrigues, na qual apresentaram a ideia do Mulheres no Cinema e decidiram iniciar ele.
Para realmente começar o projeto, as duas se dedicaram a uma pesquisa, e encontraram Heloísa Buarque de Hollanda, ensaísta, escritora e pesquisadora dentro do feminismo brasileiro. “Ela é uma dessas mulheres para frentex do feminismo e hoje ela tem uma pesquisa grande, na qual ela fala sobre os vários feminismos”, Marina conta, acrescentando: ”porque nós não somos uma só, somos muitas mulheres”. Essa foi a primeira mulher a ser retratada nos seus vídeos, contando com narrativa e edição de Marina e edição e finalização de Bárbara.
A ação de criar esse vídeo foi um momento de aproveitamento para as jovens, que aplicaram suas próprias habilidades e aprenderam uma com a outra. “A paixão está na prática, acredito eu”, Bárbara narra: “Nós não temos como ir fisicamente aos espaços culturais e fazer esses vídeos, faz-me sentir realmente atuando na biblioteca”.
Marina e Bárbara criam todos os elementos dos seus conteúdos: capturam imagens, gravam áudios, fazem a edição e planejam as postagens. De maneira a cumprir esse processo, as jovens dividiram em etapas: primeiro, decidem qual será o tema do episódio, após, Marina faz a pesquisa, captura as imagens, o áudio e une eles. Depois disso, Bárbara, que também cria para o Trechos em Vídeo, seu projeto próprio, faz parte do trabalho por trás das câmeras, finalizando a edição e dando alguns retoques. Juntas, por fim, elas programam os posts, fazem as legendas e observam a recepção de seu conteúdo nas redes da biblioteca.
Além dos vídeos tratarem do universo do cinema, as JMC’s também conectam eles a obras presentes no acervo da biblioteca, nas quais pesquisaram, que tratam de temáticas similares às da cineasta sendo apresentada, ou até mesmo que falam dessas diretoras. A forma que encontraram de expor esses livros foi por meio da ferramenta Reels do Instagram, na qual publicaram um vídeo de 30 segundos sobre essas “dicas”, conseguindo uma recepção muito boa dos seguidores do perfil.
Ambas as jovens acreditam que os vídeos são uma maneira de aumentar o alcance das redes da Biblioteca Roberto Santos. “Queremos alcançar as pessoas, que nosso conteúdo seja parte do dia dessa comunidade online”, Bárbara conta: “Nós duas concordamos que, mesmo que os vídeos demorem para ser feitos, ficamos muito satisfeitas com o produto”.
As jovens monitoras têm colocado em prática suas próprias habilidades, aprendido uma com a outra, criado outros projetos, tudo enquanto são uma presença protagonista nesse Mulheres no Cinema. Marina e Bárbara também veem seus vídeos como uma maneira de ingressar ativamente no mundo da cultura: “Os vídeos são uma maneira de nos colocarmos presentes no Mulheres no Cinema, uma forma de compartilharmos nossa identidade”, narra Marina, finalizando: “Não podemos esquecer que somos mulheres pretas de uma nova geração, e, com os vídeos, podemos ser intrinsecamente parte do programa e do projeto”.