O “Costurando Leituras” foi criado pelas jovens Beatriz e Lily para explorar o mundo da leitura e das bibliotecas
Por Pedro Paulo Furlan
Além de atuarem em teatros, bibliotecas, centros culturais e casas de cultura, alguns/algumas jovens monitores/as passam seu período no Programa Jovem Monitor/a Cultural dentro de departamentos da Secretaria Municipal de Cultura (SMC). Na Coordenação do Sistema Municipal de Bibliotecas, as JMC’s Beatriz Rigatto, continuísta, e Lidiane Vieira – Lily Vieira – ingressante, atuam na parte de gestão das 54 bibliotecas municipais em São Paulo. A equipe cuida de responsabilidades: “Desde o arrombamento de um cadeado, até a reposição de livros”, afirma Lily, junto com isso, as duas se uniram e criaram o podcast “Costurando Leituras”, sobre as muitas bibliotecas e conteúdos literários.
Criado em dezembro de 2020 com auxílio do jovem aditado Dedé Vieira, que estava atuando no espaço, o podcast “veio de nossa vontade de entrelaçar temas, costurar experiências que são conectadas à leitura”, conta Beatriz: “Possibilitando que a gente explore outros espaços e costure eles à Supervisão de Bibliotecas”. A jovem continuísta fez parte do Arquivo Histórico Municipal em sua primeira edição, tendo uma curta experiência de uma formação presencial, enquanto Lily, ingressante, já ingressou no programa durante o modo remoto – o “Costurando Leituras” foi a maneira que elas encontraram de ampliar sua rede de contatos, terem uma conexão maior com o público e de protagonizarem suas atuações.
O processo de criação do podcast é dividido em três seções: pesquisa, gravação e edição. As duas jovens fazem reuniões quinzenais, conversam sobre o desempenho do episódio passado, o que podem melhorar e novos temas – saindo de lá direto para a etapa de pesquisa, pegando essas temáticas grandes como a relação entre infância e a literatura, e após muito aprendizado, condensam isso tudo em 10 minutos de duração – a duração que elas descobriram ser a ideal para seus episódios.
A pesquisa se transforma em um roteiro e esse roteiro nas gravações, que são feitas em um formato um pouco diferente. As jovens e os/as convidados/as não fazem uma ligação e gravam a conversa, ao invés disso, eles/as gravam áudios separados seguindo o roteiro, que são depois unidos na edição – “No começo foi difícil gravar como se a Bia e os convidados estivessem na minha frente, mas foi o meio que encontramos de garantir a melhor qualidade possível do áudio”, comenta Lily Vieira. Logo depois, os áudios são mandados para a edição, que une tudo, faz cortes e cria o estilo fluído e descontraído presente nos 10 episódios já lançados do podcast.
O “Costurando Leituras” é um projeto que recebe muito carinho e atenção de suas criadoras e da equipe à sua volta, inclusive recebendo apoio direto de algumas pessoas: Meire Bassi, Wanda Moreira, Bruna Berllini, que ajudaram com o contato de convidados e tiveram parte na gravação, e de sua gestora Sueli Nemen. “Como a atuação no período remoto ficou mais distante do Sistema e da equipe, fazer esse podcast foi uma maneira que criamos para nos aproximar e dar um sentido à nossa atuação como JMC’s”, fala Beatriz, apontando a importância que produzir o podcast está tendo no período delas como jovens monitoras.
Mesmo que criado por essas duas jovens, o podcast “Costurando Leituras” será, na expectativa delas, um projeto contínuo, mantido pelos/as monitores/as que atuarem na Coordenação do Sistema Municipal de Bibliotecas depois delas. A jovem Lily Vieira tem muita gratidão pelo podcast e seu envolvimento, ela aponta: “Acho que o que eu mais agradeço é essa oportunidade de ficar mais próxima das pessoas que fazem o podcast com a gente, nos conhecemos a pouco tempo, mas parece que é a vida inteira”. Finalizando logo depois com: “O podcast significa um passo a frente para mim, mostrando que nós temos, como JMC’s, a capacidade de criar ações que reverberem no sistema cultural”.
Recomendação: Para começar a ouvir o podcast “Costurando Leituras”, as jovens recomendaram alguns episódios específicos: Beatriz indica o quarto “A arte de contar histórias”, terminando com contação de histórias por Robson Emílio, e o quinto “A infância e o primeiro contato com o livro”. Enquanto Lily indica o décimo, contando a história revolucionária da Biblioteca Belmonte, “Será que a cultura existe em todos os lugares?”.