Jéssica, que atuou de 2019 a 2021 na Casa de Cultura do Butantã, já fechou seu momento no PJMC, mas voltou para nos contar um pouco dessa experiência transformadora
Por Pedro Paulo Furlan
Com o fim da edição 2020/21 do Programa Jovem Monitor/a Cultural, muites JMC’s finalizaram sua jornada nesta política pública e moveram-se para novas jornadas em seu caminho de vida. A ex-jovem monitora cultural Jéssica Marias é uma dessas JMC’s, e conversou com a gente para nos contar sua trajetória dentro do nosso programa!
Atuando na Casa de Cultura do Butantã desde outubro de 2019, a jovem ingressante, e que viria a se tornar continuísta e, agora, egressa, entrou com estrelas nos olhos, muito empolgada para começar seu envolvimento no mercado de cultura. Previamente ao PJMC, Jéssica estava trabalhando na área de exatas, mesmo que já fosse uma artista de dança, e questionava-se se esse era o caminho que queria seguir, dúvidas que foram gradualmente desaparecendo com seu período dentro do programa.
“No PJMC, eu não me senti deslocada, eu senti que eu sou boa naquilo que tinha selecionado e as pessoas reconhecem que sou boa naquilo”,
conta a ex-jovem monitora.
No entanto, em dois anos consecutivos de formação e atuação cultural, nem tudo foram rosas e momentos encantados – especialmente com a chegada de março de 2020. O começo da pandemia, a incerteza sobre a continuidade de sua posição e sua vontade de continuar envolvida naquilo que amava tanto, a cultura, fizeram Jéssica ficar muito ansiosa e insegura sobre a sua atuação.
“Ao mesmo tempo que tiveram estabilidades, tiveram instabilidades, ao mesmo tempo que tiveram desencantamentos, tiveram muitos encantamentos, foi tudo muito intenso”, narrou a ex-JMC, que, com muita honestidade, analisa o seu período no programa e agradece muito os aprendizados que conseguiu nos seus dois anos como parte do PJMC.
Acima de tudo, a profissional de cultura valoriza muito as conexões pessoais que fez entre 2019 e 2021, seja ela com gestores/as, agentes de formação – com destaque especial à contribuição e mediação de Fernando Cartago – ou com os próprios/as jovens monitores/as culturais, que foram seus colegas nesse caminho.
Sentindo que sua relação com outros/as JMC’s, Jéssica Marias nos conta que foi importante se conectar com elus porque foi quando puderam se organizar, criar coletivos e iniciar discussões fundamentais para a sua atuação dentro do programa, desenvolvendo um PJMC melhor para todes a cada novo dia. “Tudo isso me deu ainda mais fé na ideia que eu tenho do coletivo”, falou ela, acrescentando: “Tenho trabalhos em andamento com outros jovens e outras jovens, além de muitas amizades, eles/as me fortalecem muito também”.
Junto aos aprendizados mais técnicos que ela adquiriu dentro do PJMC, a ex-jovem também vai levar a paciência, a calma e os contatos que fez durante seu período aqui dentro para lá fora no mercado de trabalho cultural. “É importante aproveitar o processo de fazer os links, observar cada movimento da cena e circular pelo território onde você articula cultura”, Jéssica aponta esse valor.
“Sinto que eu conheço meus vizinhos e meu território de uma forma mais intensa que nunca”
ela adiciona, com muita felicidade.
Ajudando os/as novos/as jovens monitores/as na Casa de Cultura do Butantã a se adequarem ao espaço e às novas tarefas, Jéssica está agora buscando um novo caminho no qual vai colocar em prática suas lições como JMC. “O Jovem Monitor Cultural foi uma grande abertura de caminhos, e agora estou decidindo para onde quero ir”, conta, apontando seu interesse por programação cultural, curadoria e escrita de editais.
Ativa, sensível e completamente integrada na cultura, Jéssica Marias ainda está se conhecendo e se transformando, e aponta o PJMC como o lugar em que essa transformação se iniciou. Com muita felicidade e muitos caminhos abertos à sua frente, a ex-JMC finaliza nossa conversa compartilhando conosco uma das maiores evoluções que o programa a proporcionou: “Sou uma produtora mais empática porque também sou artista, mas sou também uma artista mais preocupada porque sou produtora cultural”.